A Salve Zambi!
Salve o Filho da Cruz!
Salve o Filho da Cruz!
Salve a todos os Filhos de Fé!
Em um dia em que as hostes celestiais reunidas, decidiram que havia se consumado o resgate, intuíram a Redentora e colocando um exército de luminosos espíritos, guerreiros da luz, à sua disposição, a impulsionaram a assinar a libertação. As trevas, da mesma forma, assustadas com tamanha movimentação celestial, resolveram se por em guarda para impedir a ação da luz, fosse para o que fosse. No entanto, tamanha era a força do bem que se haveria de fazer, que cegaram e ensurdeceram todos os que na luz não habitavam e acuados, recuaram.
Era chegada a hora! Era preciso levar alívio a tanta dor, nas Terras de Santa Cruz! Era o momento de raiar o sol que arrebataria as correntes da ignorância humana, aprisionante de espíritos que estavam sendo preparados para algo maior. Era a dor do tronco, a dor da humilhação, do ferro e do fogo... Dor que sugava para a carne, as impurezas existentes no imo daquelas almas brancas, cuja pele havia nascido escurecida por isso, escrava se tornara.
A Redentora, iluminada e com um verdadeiro exército de anjos e guardiões, como que hipnotizada pela força do bem, pega na pena e assina a liberdade em 13 de maio de 1.888.
Liberta negros, mas não liberta as almas daqueles que ainda não compreendiam tanta dor...Trabalho que ainda hoje resta fazer a alguns tantos irmãos que de mesa em mesa, que de terreiro em terreiro, passam buscando o entendimento que se faz aos poucos e com muito amor. Trabalho de preto-velho que vem nos visitar fumegando seu cachimbo, amassando suas ervas e que agachando a coluna dos médiuns, vem dizer-lhes que a verdadeira humildade e a verdadeira libertação estão nas coisas simples.
Ora sassaricando e trazendo alegria, ora falando sério e orientando, vem dizer à todos que ainda não encontraram o caminho, que a Redentora foi o início da liberdade negra, mas que a Redenção está dentro de cada filho-de-fé. Vem mostrar que só há um caminho: - o do bem. Sigamos por ele, dobrando nossa coluna para recebê-los e assim quebrar nosso orgulho, para que não seja mais preciso nem o ferro, nem o fogo.
Salve os Pretos-Velhos! Salve a Redentora!
Vó Benta. maio/2003
Enviado por: Leni Winck
Enviado por: Leni Winck
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Uma jovem chora, lamenta e ora perante sua prova. Suplica ao Divino Amigo ajuda para carregar seu baú de provas.
E em preces e meditação espera pela ajuda que não percebe a seu lado.Um preto velho aguarda que a pedinte se erga da tampa do baú - onde se sentará desanimada ao constatar a carga que lhe competia carregar.
E assim permanece o mensageiro humilde todo um dia a ajudar sua tutelada a fazer o que fez. Nada.
Cansada de esperar se esforça e inicia a luta que lhe compete, e o velho se prepara para tomar da outra alça, seguindo a atitude da protegida.
A estrada de terra segue em aclive forte e escorregadio pela presença de um veio oculto de água que a invadia, por não ter ainda um leito próprio.
Pé atolado na lama que se faz em obstáculo terrível, clama esta alma por ajuda.
Suplica a Jesus que lhe envie um mensageiro que a ajude a carregar o fardo, que julga pesado demais para suas forças, com o gravame da condição do solo.
Percebendo que seriam dois a escorregar e caírem, derrubando-se mutuamente, o velho corre a pegar da enxada e a abrir veios para drenar a água, que aos poucos encontra seu caminho, ao longo de toda a estrada. E volta para tomar da outra alça do baú, porem...
O terreno fora secando e se tornando firme sob os pés cansados, trazendo alivio e renovando as esperanças desta alma na luta de sua sina.
Logo o terreno seco revela sua composição de pedras, calhaus, restos de galhos e tropeços outros.
Os passos tornam a perder sua firmeza e os pés a recuarem no deslizar dos calhaus sob eles.
E, ainda sozinha no esforço de arrastar sua carga a alma aflita torna a suplicar, desta vez observando a Jesus que prosseguia sem a ajuda implorada com tanta fé e esperança.
Decide o bom samaritano por remover estes dolorosos embaraços aos passos da alma amiga, e vergando-se passa a recolhê-los estrada afora, retornando a seguir para tomar seu lugar de carregador junto ao baú das provas.
Porem...Os próximos passos começam a encontrar um terreno mais limpo, desentulhado e de mais fácil transitar. E as esperanças tornam a refrescar esta alma laboriosa.
O terreno firme constituído somente de terra seca aos poucos vai abrasando o calçado e expondo nos passos da alma irmã as injurias e agressões naturais à pele dos pés.
Torturada nesta nova dificuldade, que se lhe mostrava sem solução, pois onde obter proteção para os pés maltratados, eleva uma suplica dolorida e triste, clamando a Jesus pela piedade de que se sente abandonada.
O bom agricultor da natureza e de almas corre em busca da enxada, abre leve canal para irrigar a terra ressequida onde semeia gramíneas e ervas medicinais. Rápido, cultiva toda a estrada e, guardando disciplinadamente o instrumento amigo em seu devido lugar corre a prestar a ajuda de divisão do
peso da carga. Porem...
Demora-se a alma na dorida prece, alongando-a por insistência na esperança de que assim teria mais possibilidades de ser ouvida e atendida.
E abstraída mal se apercebe das gramíneas que iniciam seu aflorar e, pouco a pouco recobrem toda a extensão da estrada, coberta agora por um tapete verde e macio, fresco e reconfortador aos pés laboriosos de uma alma em prova.
Animada pelas novas condições do caminho apressasse a irmã em terminar sua jornada, e se esfalfa no calor natural.
Desanima-se novamente e declara-se sem condições de cumprir a jornada.
Corre o amigo oculto em busca da fiel ferramenta e abre um poço raso onde a água corrente se represe em volume refrescante e renovador de forças.
Aproveita enquanto a alma irmã se refresca e descansa para, correndo ao longo da estrada semear algumas arvores frutíferas para lhe garantir sombra a alimento que garantam o sustento que em breve ela necessitará.
Recolhendo sua enxada amiga ao local apropriado, retorna encontrando aquela que tutelava novamente sentada ao baú saboreando o fruto generoso e nutritivo.
Aguarda paciente que se retome a viagem, e ai sim, não havendo suplica nenhuma de ajuda pode assumir sua parte no mover do peso da prova. Porem...
Reformadas as condições da prova e satisfeita em suas necessidades, a alma querida reclama a Jesus - "Graças a Deus consegui chegar até aqui, e sem receber nenhuma ajuda! Agora, se tanto pude fazer, posso completar esta prova sozinha".
E o preto velho pede a Jesus desculpa por não ter conseguido atender ao pedido desta alma - dar a ela a ajuda que ela esperava, quando esperava e como esperava.
AS SETE LAGRIMAS DE UM PRETO VELHO
E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam, mas, surpreso ficava, com aquela "visão" que em cada uma eu "via"; invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-preto chorava .De seus "olhos" molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e não sei porque, contei-as... foram sete. Na incontida vontade de saber; aproximei-me e interroguei-o: fala Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão visível dor?
E Ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas distribuídas estão a cada uma delas.
A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...
Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um "milagre" que os façam "alcançar" aquilo que seus próprios merecimentos negam. E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de "casos" nascentes uns após outros...
E outra mais que distribuí aos maus, àqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um seu semelhante - eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões , e temos obrigação de fazer o que pedem... pobres almas, que das brumas ainda não saíram.
Assim, vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas - não crêem, nem descrêem: sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma . Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa da Umbanda...
Chegam suaves, têm o riso e a elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seus semblantes, verás escrito em letras claras : creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o "meu caso", ou me curarem "disso ou daquilo"...
A sexta lágrima eu a dei aos fúteis que andam de Tenda, em Tenda, não acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam .
E a sétima, filho, notaste como foi grande e como deslizou pesada. Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que "vive" nos "olhos" de todos os "pretos-velhos" ; fiz doação dessa, aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são...
"Cegos, guias de cegos" andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam à exteriorização de seus próprios "egos"...
"Olhai-os" bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas ; observai-os quando falam "doutrinando"; suas vozes são ocas, dizem tudo de "cor e salteado", numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade , que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e gula do vil metal. Eles não têm convicção.
Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma AS SETE LÁGRIMAS DO PAI-PRETO!
Texto retirado do Livro: Umbanda de Todos Nós.
Autor: W. W. da Matta e Silva
Enviado por: Karine Valle
Autor: W. W. da Matta e Silva
Enviado por: Karine Valle
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