Canalização é um termo relativamente novo no universo dos fenômenos espirituais e, justamente por isso, seu significado ainda não é bem compreendido. Embora seja também um processo utilizado por entidades espirituais para comunicar-se com o mundo físico, a canalização é bem diferente do fenômeno da incorporação vivenciada pelos médiuns espíritas.
A comunicação mediúnica acontece entre seres que estão em condições diferentes (encarnados e desencarnados), mas que são da mesma "espécie" humana. Já na canalização, há o intercâmbio do ser encarnado com um tipo de inteligência ou consciência de evolução mais adiantada e, freqüentemente, pertencente a civilizações extraterrenas. Esse contato se processa por meio da mente supra-consciente do canal e, normalmente, destina-se à transmissão de ensinamentos espirituais, científicos ou filosóficos que estão muito além do conhecimento do receptor.
Para o entendimento da canalização, é preciso levar-se em conta dois fatores: que somos muito mais do que só matéria física, mas um complexo de energia radiante, que emite e recebe freqüências de maneiras ainda não totalmente conhecidas pela ciência terrestre; e que existem outras dimensões de existência além dessa em que nos encontramos, nas quais seres de energias físicas e não-físicas recebem e emitem freqüências que podem ser captadas por seres adequadamente sintonizados.
Canais famosos - Canalização pode ser um termo relativamente novo, mas, como fenômeno, é bastante antigo. Ela tem servido como ferramenta evolucional ao longo de toda a história terrestre. Nos registros históricos da Bíblia, do Corão e do Torá (só para citar os livros mais aceitos mundialmente), não faltam referências à canalização praticada por profetas e mensageiros divinos.
Da segunda metade do Século XIX em diante, a intensificação da canalização
provocou um verdadeiro boom espiritualista no ocidente, lançando a humanidade a um novo patamar de consciência. Entre inúmeros canais famosos, que produziram obras de grande profundidade e qualidade, destacam-se Allan Kardec, decodificador da doutrina espírita, e Helena Blavatsky, que recebeu a doutrina teosófica diretamente dos Mestres Ascensionados El Morya e Djwal Kull, como se viria a a saber mais tarde. Na esteira deles vieram ainda Alice Bayley e Edgar Cayce, que também se notabilizaram pela extensa e revolucionária obra que ajudaram a materializar.
Em meados de 1970, o surgimento de vários canais americanos deu ainda mais visibilidade ao fenômeno. Não porque os EUA fossem privilegiados, e, sim, devido à sua forte influência na cultura e nos meios de comunicação do planeta. Tornaram-se mundialmente famosos os canais Jach Pursel e seu mentor Lazaris; Jane Roberts e Seth; Pat Rodegast e Emmanuel; Eva Pierrakos e O Guia; Hellen Schucman e A Voz de Um Curso em Milagres (Mestre Jesus), para citar só alguns.
É dessa época a incrível experiência vivida pelo cientista James Hurtak. Certo dia, recolhido em oração, ele teve contato com um ser de luz que se apresentou como Ophraim Enoch e, em seguida, foi levado a dimensões do espaço onde recebeu uma enorme quantidade de informações. A partir dos conhecimentos recebidos, Hurtak escreveu As Chaves de Enoch, um clássico da metafísica.
Famosa é também a experiência de Ken Carey, que, em 11 dias de forte nevasca, recebeu os conhecimentos publicados no livro As Transmissões da Estrela-Semente. Carey relata que as transmissões começaram de forma não-verbal, em ondas ou pulsações, com um conteúdo simbólico conciso. Automaticamente, as palavras ou frases mais aproximadas na língua inglesa iam brotando. "Quando entrava em contato com essas inteligências espaciais, parecia que nossos campos gravitacionais se fundiam, nossa consciência se misturava e todo o meu sistema nervoso ficava à disposição deles."
No Brasil, a canalização também tem os seus expoentes. Marizilda Lopes, talvez uma das primeiras a receber informações de seres multidimensionais, relata no livro Operação Resgate como tudo começou. Certo dia, ela ouviu uma voz alta em seu ouvidos internos que lhe avisava para buscar seu Mestre Interior. Tinha sonhos intensos e visões e começou a comunicar-se com os seres que via. Numa noite, eles colocaram-lhe moléculas de luz no corpo, nas áreas onde sentia dores, e, depois de algum tempo, ela não só estava livre dos problemas físicos como também era capaz de entender as mensagens telepáticas que recebia.
"Eu dou a nota de comando quando quero penetrar nesta energia. Torno-me quieta, receptiva, adentrando meu coração no centro do peito. E, na luz, penetro na freqüência deles. Não há preocupações sobre com quem estarei ou para onde vou, pois sou convicta de que, na luz de meu ser, nada pode ferir ou machucar, mas conduzir aos portais da sabedoria internos. Não busco formas, nomes ou seres, somente a fonte da luz irradiante onde tudo é. Na luz total, branco cristalina, tudo é unido, nada é separado, englobando todos os seres. Procuro ser total nessa ação, sem me preocupar com os resultados. A importância está na entrega por amor a Cristo", diz Marizilda.
O processo vivido por outro conhecido canal brasileiro, Heloísa Fagundes, é também muito intenso. Ela era uma profissional de pesquisa de mercado e de marketing que acreditava somente na vida física e em uma Força Ordenadora Divina. Certo dia, um de seus filhos começou a psicografar e a incorporar entidades, falando inclusive em outras línguas. Heloísa buscou no kardecismo as explicações para os fenômenos e, logo, também começou ser contatada.
Durante anos, recebeu mensagens de seres extraterrestres mas não tinha coragem de divulgá-las. Sempre que eles se apresentavam, ela interrompia a comunicação, pois não acreditava em vida inteligente fora da Terra. Até que, um dia, chegou às suas mãos um exemplar da revista de canalizações Amaluz, e então, emocionada, ela descobriu que os contatos com inteligências de outras dimensões também aconteciam com outras pessoas. Hoje, canaliza oralmente as mensagens de seres multidimensionais dos mais variados pontos do Universo.
Estado receptivo - Cada vez mais pessoas estão sendo contatadas ou sentindo um impulso, uma necessidade de entender e, talvez, dedicar-se à canalização. Apesar de o desejo de canalizar ser importante, é necessário ter a capacidade de praticar a meditação.
A canalização só ocorre com o "desligamento" da mente consciente do canal, que é o que proporciona o estado de receptividade necessária para a sintonia com a consciência que deseja estabelecer o contato. Cada canal trabalha com uma profundidade específica de desligamento ou transe.
Os transes podem ser leves, permitindo à pessoa que canaliza ter consciência do que está fazendo; médios, nos quais o canal percebe parcialmente o que fala ou escreve; e profundos, em que o receptor fica completamente inconsciente durante a canalização, pois sua personalidade ausenta-se.
Muitas vezes, a canalização é uma tarefa assumida no acordo pré-encarnatório da pessoa e, chegada a hora, manifesta-se intensamente na vida dela. Mas pode-se também desenvolver essa faculdade, como qualquer outra, por meio da disciplina e da prática.
Ao trabalhar como canal, o indivíduo não apenas está servindo às consciências de Luz que desejam auxiliar o progresso terreno, mas, também, sendo ele próprio acelerado em sua evolução pessoal. Na medida em que toma contato com os seres multidimensionais, a pessoa começa a compreender que, no Universo, todos os seres e inteligências são oriundos da mesma fonte que é Deus; que a Unicidade é o real estado de existência de todos nós; e que, conforme aceitamos outras dimensões de consciência, estamos habilitando-nos a vivenciá-las.
São muitos os fatos, os relatos e, principalmente, as dúvidas e suposições sobre a canalização. Mas fiquemos com a colocação de Maurice B. Cooke, um executivo canadense de formação científica que considera infrutífero investigar a natureza exata da canalização e das fontes que a transmitem para se ter certeza daquilo com que se está lidando. "Um teste muito melhor é examinar as sensações e impressões provocadas pela leitura do material transmitido. Se o tom geral da informação é de elevação espiritual e encorajamento, se apresenta uma visão superior da realidade, então vale a pena levar em conta o material", resume Cooke.
Por Regina Giannetti
No Brasil, a canalização também tem os seus expoentes. Marizilda Lopes, talvez uma das primeiras a receber informações de seres multidimensionais, relata no livro Operação Resgate como tudo começou. Certo dia, ela ouviu uma voz alta em seu ouvidos internos que lhe avisava para buscar seu Mestre Interior. Tinha sonhos intensos e visões e começou a comunicar-se com os seres que via. Numa noite, eles colocaram-lhe moléculas de luz no corpo, nas áreas onde sentia dores, e, depois de algum tempo, ela não só estava livre dos problemas físicos como também era capaz de entender as mensagens telepáticas que recebia.
"Eu dou a nota de comando quando quero penetrar nesta energia. Torno-me quieta, receptiva, adentrando meu coração no centro do peito. E, na luz, penetro na freqüência deles. Não há preocupações sobre com quem estarei ou para onde vou, pois sou convicta de que, na luz de meu ser, nada pode ferir ou machucar, mas conduzir aos portais da sabedoria internos. Não busco formas, nomes ou seres, somente a fonte da luz irradiante onde tudo é. Na luz total, branco cristalina, tudo é unido, nada é separado, englobando todos os seres. Procuro ser total nessa ação, sem me preocupar com os resultados. A importância está na entrega por amor a Cristo", diz Marizilda.
O processo vivido por outro conhecido canal brasileiro, Heloísa Fagundes, é também muito intenso. Ela era uma profissional de pesquisa de mercado e de marketing que acreditava somente na vida física e em uma Força Ordenadora Divina. Certo dia, um de seus filhos começou a psicografar e a incorporar entidades, falando inclusive em outras línguas. Heloísa buscou no kardecismo as explicações para os fenômenos e, logo, também começou ser contatada.
Durante anos, recebeu mensagens de seres extraterrestres mas não tinha coragem de divulgá-las. Sempre que eles se apresentavam, ela interrompia a comunicação, pois não acreditava em vida inteligente fora da Terra. Até que, um dia, chegou às suas mãos um exemplar da revista de canalizações Amaluz, e então, emocionada, ela descobriu que os contatos com inteligências de outras dimensões também aconteciam com outras pessoas. Hoje, canaliza oralmente as mensagens de seres multidimensionais dos mais variados pontos do Universo.
Estado receptivo - Cada vez mais pessoas estão sendo contatadas ou sentindo um impulso, uma necessidade de entender e, talvez, dedicar-se à canalização. Apesar de o desejo de canalizar ser importante, é necessário ter a capacidade de praticar a meditação.
A canalização só ocorre com o "desligamento" da mente consciente do canal, que é o que proporciona o estado de receptividade necessária para a sintonia com a consciência que deseja estabelecer o contato. Cada canal trabalha com uma profundidade específica de desligamento ou transe.
Os transes podem ser leves, permitindo à pessoa que canaliza ter consciência do que está fazendo; médios, nos quais o canal percebe parcialmente o que fala ou escreve; e profundos, em que o receptor fica completamente inconsciente durante a canalização, pois sua personalidade ausenta-se.
Muitas vezes, a canalização é uma tarefa assumida no acordo pré-encarnatório da pessoa e, chegada a hora, manifesta-se intensamente na vida dela. Mas pode-se também desenvolver essa faculdade, como qualquer outra, por meio da disciplina e da prática.
Ao trabalhar como canal, o indivíduo não apenas está servindo às consciências de Luz que desejam auxiliar o progresso terreno, mas, também, sendo ele próprio acelerado em sua evolução pessoal. Na medida em que toma contato com os seres multidimensionais, a pessoa começa a compreender que, no Universo, todos os seres e inteligências são oriundos da mesma fonte que é Deus; que a Unicidade é o real estado de existência de todos nós; e que, conforme aceitamos outras dimensões de consciência, estamos habilitando-nos a vivenciá-las.
São muitos os fatos, os relatos e, principalmente, as dúvidas e suposições sobre a canalização. Mas fiquemos com a colocação de Maurice B. Cooke, um executivo canadense de formação científica que considera infrutífero investigar a natureza exata da canalização e das fontes que a transmitem para se ter certeza daquilo com que se está lidando. "Um teste muito melhor é examinar as sensações e impressões provocadas pela leitura do material transmitido. Se o tom geral da informação é de elevação espiritual e encorajamento, se apresenta uma visão superior da realidade, então vale a pena levar em conta o material", resume Cooke.
Por Regina Giannetti
Um fraterno abraço,
Mago Dam
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