Frases

"EU NÃO PREVEJO O FUTURO, EU PREVINO SOBRE O FUTURO!" - MAGO DAM

Entendendo a Umbanda - Parte 1


OS PÉS DESCALÇOS 

Por que tirar os sapatos na hora de se entrar num congá ?

O grande mestre Matta e Silva nos explica :

"Nós, umbandistas, consideramos o conga', mesmo sem "santos" no altar, um lugar imantado, onde forma fixadas certas forcas ou vibrações positivas, que deve estar sempre limpo de fluidos negativos e onde conservamos os pontos riscados destas mesmas forcas ou ordens, mesmo porque certos preceitos são procedidos nele.
Assim, é de obrigação se tirar o calcado, visto este objeto ser anti-higiênico, pois se pisa com ele em tudo, às vezes em detritos e putrefações, ainda por querermos estar em ligação desembaraçada com o elemento terra, sabendo-se que esta é o escoadouro natural das vibrações ou ondas eletromagnéticas."

AS VESTES

As vestes na Umbanda são geralmente brancas, sempre muito limpas, já que este é um dos motivos pelo qual se troca de roupa para os trabalhos. Nunca se deve trabalhar com as roupas do corpo, ou já vir vestido de casa com as roupas brancas. O suor causa uma sensação de desconforto, o que traz uma má concentração e intranqüilidade do médium (sem contar, é claro, com a desagradável situação de uma pessoa que vai tomar passes ou consultar-se, e ficar sentindo o cheiro do suor do médium, que está sempre próximo nos trabalhos).

O branco é de caráter refletor, já que é a somatória de todas as cores e funciona, aliado a outras coisas, como uma espécie de escudo contra certos choques menores de energias negativas que são dirigidas ao médium. Serve, também, para identificar os médiuns dentro de uma casa de trabalhos muito grande. Alem disso, é uma cor relaxante, que induz o psiquismo à calma e à tranqüilidade.

O ESTALAR DE DEDOS

Por que as entidades estalam os dedos, quando incorporadas ?

Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima.

Nossa mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo :

- Dedo Polegar Chacra Esplênico (região do baço)
- Indicador Cardíaco (coração)
- Anular Genésico ou básico (base da espinha)
- Médio Coronal (alto da cabeça)
- Mínimo Laringeo (garganta)
- Na região quase central da mão Chacra Solar (estômago)
- Próximo ao monte de Vênus (região "gordinha" da mão) Chacra Frontal (testa)
Estas são algumas das terminações nas palmas das mãos, apenas para ilustrar a correspondência existente.

O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus e dentre as inúmeras funções conhecidas pelas entidades, está a retomada de rotação e freqüência do corpo astral, descarga de energias negativas, alem de certas condições psíquicas particulares, que ativam faculdades propiciatórias à magia e à mecânica de ordem astral.

AS GUIAS

As guias ou colares usados pelos médiuns, servem como um fusível, quando uma carga energética vem muito forte a guia se rompe e quebra a carga, evitando que o médium se prejudique.

OS PONTOS CANTADOS 

Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Os pontos cantados são, dentro dos rituais de Umbanda, um dos aspectos mais importantes para se efetuar uma boa gira.

Os verdadeiros pontos cantados, são os chamados de raiz (são os pontos ensinados pelas próprias entidades). Apesar disso, há uma gama infinita de pontos desconexos sendo entoados por ai. Um verdadeiro ponto evoca imagens fortes e atingem lá dentro do coração e da emoção a verdadeira fe', pura e simples.

Os pontos cantados servem para impregnar certas energias e desimpregnar outras, de acordo com o ponto, uma vez que cada linha representa um imagem, traduz um sentimento inerente a vibração daquela entidade que o canta, ou que o trás, existindo por trás deles uma freqüência toda especial, que se modifica de acordo com a Linha Espiritual :
Oxalá - Sons místicos;
Ogum - Sons vibrantes;
Oxossi - Sons afinados com a natureza e sua harmonia;
Xangô - Sons graves;
Yorimá - Sons melancólicos;
Yori - Sons alegres, predispondo ao bom animo;
Yemanjá - Sons suaves, destinados à renovação afetiva e emocional; "

A DEFUMAÇÃO

A defumação é essencial para qualquer trabalho num terreiro de Umbanda. É também uma das coisas que mais chamam a atenção de quem cai pela primeira vez assistir a um trabalho.

Para que serve aquela fumacinha saindo daquelas vasilhas ?

Qual a utilidade real da defumação ?

Certas cargas pesadas se agregam ao nosso corpo astral durante nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vibração pesada, rancores, invejas, preocupações, etc. tudo isso produz (ou atrai) certas formas-pensamento que se aderem ao nosso aura e nosso corpo astral, bloqueando sutis comunicações e transmissões energéticas entre os ditos corpos.

Pois bem, a defumação tem o poder de desagregar estas cargas, através dos elementos ar, fogo e vegetal que a compõe, pois interpenetra os campos astral e mental e o aura, tornando-os novamente "libertos" de tal peso para produzirem seu funcionamento normal.

Mas a defumação deve ser feita com ervas escolhidas, colhidas na lua certa e sempre devem ser queimadas em braseiro de barro, já que o braseiro de metal anula a forca contida nas ervas.

Há também outro fator importante. Existem casos de se queimar as ervas com uma profusão de fumaça insuportável, que chega a fazer os olhos arderem e as pessoas tossirem ate'nao poderem mais. Na verdade, o importante na defumação e'o bom cheiro das ervas, a leveza tênue da fumaça e a não poluição desesperada do ambiente, que só prejudica, pois abala a atenção e mesmo a saúde, já que pode ser perigoso para quem tem problemas respiratórios. O importante é a qualidade e não a quantidade.

Obs.: Um boa defumação pode ser feita com cravo, canela em pau e erva-doce, sendo ótima para a manutenção e desagregação de cargas no ambiente do terreiro ou em sua residência, sendo que a defumação deve ser sempre efetuada dos fundos para a frente da casa, acompanhada de um ponto cantado adequado a situação.

Um ponto cantado de defumação :

Corre a gira meu Pai Ogum,
Filho não esquece de defumar.
Oh Umbanda tem fundamento,
e é preciso preparar,
com incenso e bejuim,
alecrim e alfazema.
Oi defumar filhos de fe',
com as ervas da Jurema.



CHARUTOS, CACHIMBOS E CIGARROS

A Umbanda é muito criticada e achincalhada pelo fato de suas entidades usarem o fumo nas sessões, os detratores aproveitando-se disto para taxarem as entidades de atrasadas ou primitivas (ainda hoje em dia !).

A grosso modo, o fumo prestar-se-ia a agir como uma "defumação direcionada", ou seja, certas cargas mais pesadas seriam destruídas pelas baforadas do cachimbo ou do charuto, alem de outras funções mais complexas só conhecidas e manipuladas pelas entidades, as quais, inclusive aconselham a não fumarem (Nota : as entidades não tragam o fumo, alem de conseguirem, por meios próprios de conhecimentos deles, não deixarem seqüelas em seus aparelhos).

AS VELAS

Dentro da magia universal as velas foram sempre utilizadas na maior parte dos rituais em que se precisa realizar algum contato com forcas superiores ou inferiores, isto, claro, dependendo da moral de quem vai se utilizar das forcas magicas, já que magia não pode ser distinta de forma especifica em branca ou negra (ou como queira os puristas : Teurgia e Goecia), pois estes aspectos são facetas interiores daquele que pretende mobilizar certas forcas cósmicas. Nos terreiros, há sempre alguma vela acesa.

A função da uma vela, que já foi definida como o mais simples dos rituais, é, no seu sentido básico, o de simplesmente repetir uma mensagem, um pedido. A pessoa se concentra (passo fundamental no ritual de acender velas. O pensamento mal-direcionado, confuso ou disperso pode canalizar coisas não muito positivas ou simplesmente não funcionar. Diz um provérbio chinês : "cuidado com o que pede, pois poderá ser atendido") no que deseja e a função da chama é o de repetir, por reflexo, no astral, a vontade e o pedido do interessado. Existem diversos fatores dentro da magia no tocante ao numero de velas a serem acesas e outros detalhes que dizem respeito apenas aos iniciados e mestres, não cabendo a nós, por profundo desconhecimento de tais detalhes, apresenta-los aqui. Os verdadeiros médiuns podem, se quiserem ou melhor ainda, se merecerem, aprender tudo sobre que suas entidades acharem por bem transmitir-lhes.

A BENGALA

A bengala dos pretos velhos são como um fio-terra que joga as energias negativas diretamente para o solo, evitando assim que o médium sofra com a passagem das mesmas energias.

A AGUA, O CAFÉ E A CACHAÇA

A bebida nos terreiros são muito importante, não necessariamente o tipo, mas o liquido em si.

Nos terreiros é muito comum vermos os pretos-velhos tomarem um cafezinho, os caboclos uma cerveja, os exus cachaça, um certo dia perguntei ao Pai Joaquim, o porque dos líquidos, e ele prontamente me explicou que os mesmos servem como um repositor de energias, quando o médium esta trabalhando ele desgasta a sua energia e as entidades passam para o liquido um grande quantidade de energia astral, e vai repondo o mesmo ao médium em pequenos goles ou quantidade.

Um médium que não deixa um copo com liquido junto a entidade, vai sair da reunião cansado ou esgotado.

ASSOBIOS E BRADOS

Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós ?

Muitos pensam, ingenuamente tratar-se dos chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando ainda vivos. Não é bem assim. Os assobios traduzem sons básicos das forcas da natureza, os chamados "Tatwas". Estes sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direciona-lo corretamente, afim de libera-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc.

Os assobios, assim como os brados, ou sons graves e guturais emitidos pelos Pais-Velhos quando incorporados, são o chamados mantras; cada entidade emite um som de acordo com a linha que trabalha, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes."

O VERBO

Já se sabe que o Verbo (a palavra) contém poderes construtivos ou destrutivos.

Desde a Gênese bíblica que as demonstrações verbais criam e destroem as coisas.

Criou-se com o verbo o firmamento. Destrui-se Sodoma e Gomorra com a palavra.

Uma palavra bendita pode curar. Uma palavra jogada ao vento pode espalhar-se a todos os cantos. Uma palavra maldita pode causar estragos irreparáveis.

Estas ultimas, são as mais preocupantes, pois ao se proferir coisas negativas, a destruição é rápida e eficaz. Reconstruir as coisas após um desastre destes, necessitará de muito gasto energético, maior até do que aquele que foi dispendido na construção.

Ao médium não inconsciente, cabe o conhecimento destas verdades. Ao ajudar uma entidade, durante uma "consulta", ele será usado como interprete das idéias que serão passadas da entidade para o consulente.

Neste ponto é que deve haver precaução por parte do médium, pois ele pode "distorcer" o verbo por vontade própria, por orgulho, por vaidade, por desconhecimento ou por ignorância. Pode jogar por terra, todo um trabalho desenvolvido pela entidade. Para evitar isso, o médium deve policiar-se, estudar e elevar-se moralmente.

A responsabilidade está intrínseca a cada coisa dita. A boca é a porta da salvação ou da destruição.

DIFERENÇAS DE MEDIUNIDADE

No livro "Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho" - W. W. da Matta e Silva, há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença entre a mediunidade da "mesa kardecista" e a mediunidade de Umbanda :

"Pergunta : Existe alguma diferença entre a mediunidade da mesa kardecista e a mediunidade de Umbanda ?

Resposta : Sim. A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto e’, os espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra os elementos de magia negra, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na reencarnação e na Lei da Causa e do Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores. Em virtude disso, a defesa do médium kardecista reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos sentimentos, portanto os espíritos da mesa kardecista, após cumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis.

É da tradição espirita kardecista que os espíritos manifestem-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as idéia com o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes.

Em face do habitual cerceamento mediunico junto às mesas kardecistas, os

espíritos tem de se limitar ao intercâmbio mais mental e menos fenomenico, isto é, mais idéias e menos personalidade. Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente kardecista.

A faculdade mediúnica do médium ou cavalo de Umbanda é muito diferente da do médium kardecista, considerando-se que um dos principais trabalhos da Umbanda é atuar no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte primaria da vida.

Os médiuns de Umbanda lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas, mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que manipulam as forcas ocultas negativas com sabedoria. Em conseqüência o seu desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecistas. Para se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges negras, ele tem de valer-se dos elementos da natureza, como seja : banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás ,Guias e Protetores, como meios de defesa e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa, sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das falanges negras, isto e’, do mal que os perseguem, sempre procurando tirar uma desforra. Por isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque comandadas pelos experimentados Orixás, conhecedores das manhas e astucias dos magos negros. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas. Os Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um compromisso de serviço de fidelidade mutua, porem, de maior responsabilidades dos Chefes de Terreiro.

Dai as descargas fluidicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e dando de beber a todos água fluidificada. Espirito que encarna com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar.

Na corrente kardecista, isto não é necessário, em virtude de não ter de enfrentar trabalhos de magia negra, como acontece na Umbanda, e mesmo permitir aos guias atuarem-lhe mais fortemente nas regiões dos plexos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais características. Enato vemos caboclos e pretos-velhos revelarem-se nos Terreiros com linguagem deturpada para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças, encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas. "
Fontes:
Edu Gomes
Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho" - W. W. da Matta e Silva
Pai Joaquim de Angola

Um fraterno abraço,
Mago Dam

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