O ano que se inicia é compreendido como estando na vibração do Orixá que preside o dia da semana a que corresponde o primeiro de janeiro, o qual estará, assim, em sincronização com o decorrer de todo o período, até o início do novo ano.
Os meses estão em correspondência com as vibrações dos Orixás, cultuados nos mesmos, deste modo concorrendo em sintonização vibratória com o Orixá que preside o ano, ou contrabalançando, se não há harmonização nessa relação ano-mês.
Os dias da semana são dedicados também a diversos Orixás, porém essa consagração varia conforme a influência mais pronunciada do culto de origem, como difere em cada região do Brasil, e até mesmo num Estado ou Cidade, pela influência africanista.
O fato parece incompreensível para muitos e para outros traduz uma falta de unidade entre as seitas; entretanto, decorre da razão de que a semana africanista, conhecida dos escravos, era constituída somente de quatro dias, e chegados ao Brasil, tiveram que adaptar a consagração de suas divindades à semana de sete dias do colonizador, o qual seguia outro calendário, e nessa distribuição em função da época surgiram as diferenças que perduram até hoje nos cultos.
Como refere Roger Bastide, “na África, os quatro dias da semana se ligam aos quatro pontos cardeais:
- o primeiro, a leste, onde habita Exu;
- o segundo, ao norte, onde habita Ogum;
- o terceiro, a oeste, onde habita Xangô;
- o quarto, ao sul, onde habita Oxalá “.
Lógico que no Brasil, os escravos, tendo de “se adaptar à semana de sete dias” redistribuíram suas divindades de modo diferente. É claro que tal não se deu sem confusões, o que explica as variações de cidade para cidade “.
Assim, não há motivo como muitos pensam, que os outros crentes, por dedicarem ao mesmo Orixá outro dia da semana, estejam errados. É tudo uma questão fácil de entender historicamente. Afinal, todos estão certos.
Geralmente é seguida, no Rio de Janeiro, a seguinte distribuição dos dias da semana em relação aos Orixás:
· 2ª feira - Exu, Omulu, Almas.
· 3ª feira - Ogum
· 4ª feira - Xangô, Iansã
· 5ª feira - Oxossi, Oxum
· 6ª feira - Oxalá
· Sábado - Nanã, Iemanjá, Oxum, Iansã
· Domingo - Ibeji (Erês-Crianças) e todos os Orixás.
O calendário comemorativo na Umbanda corresponde ao calendário católico na observação dos dias festivos de cultuação do Orixá respectivo, com suas variações conforme a região do Brasil, seguindo geralmente no Rio de Janeiro:
20 de janeiro - Oxossi - São Sebastião
23 de abril - Ogum - São Jorge
13 de maio - Pretos Velhos, Dia da Umbanda
26 de julho - Nanã Buroquê - Nossa Senhora Santana
15 de agosto - Iemanjá - Nossa Senhora da Glória
16 de agosto - Omulu - São Lázaro, São Roque
27 de setembro - Ibeji - São Cosme e São Damião
29 de setembro - São Miguel
30 de setembro - Xangô - São Jerônimo
02 de novembro - Almas
04 de dezembro - Iansã - Santa Bárbara
08 de dezembro - Oxum - Nossa Senhora da Conceição
25 de dezembro - Oxalá - Jesus Cristo
Ano Novo - Iemanjá e Oxalá.
